O tempo fora do tempo


“Os acontecimentos diários mais comuns parecem misteriosos e inexplicáveis.” Nikola Tesla”




“A cidade tinha o nome de Tiradentes, mas a arquitetura e a geografia não batiam com o que conheço. De onde estava via uma cidade com prédios de arquitetura cônica, altos. Muitos cristais nas ruas em forma de pedras saltando do chão. Observei também um imenso cristal de cores variadas e intensas. Depois, me vi acordando em uma casa com pessoas chegando. Não me lembro o que perguntei a elas. Acordei, de fato, ainda com todo o cenário vivo na mente.”

 Acordei pensando nos sonhos recorrentes, e em outros acontecimentos sem nenhum nexo, tentando juntar as partes e encontrar um sentido. Reunimos ao longo do dia, e dos anos, milhares de informações auditivas, visuais e sensoriais que ficam em nossos registros mentais. Seriam eles o alimentador para tanta atividade noturna, ou haveria outro motivador que abriria esta porta?

O ser humano é uma criatura estranha. Vê seu futuro através de filmes que enaltecem um horizonte sombrio, onde natureza inexiste e o homem se torna uma criatura com instinto primitivo, sem esperança, mas normalmente tendo acesso a alta tecnologia. Por que é tão difícil ver e imaginar um mundo melhor? Diferenças existirão, pois somos criaturas com culturas diferentes, com entendimentos diferentes e tradições diversas. Isso não impede que sejamos uma raça humana onde a Vida seja a razão de darmos valor ao dia a dia e ações entre nós.

Por que escolhemos gentes? Por que peneiras mais finas para uns e mais grossas para outros? Deveríamos ou não ser uma só humanidade? Uma coisa é certa: se não somos bons para nós mesmos, não conseguiremos ser para outros, e nem tão pouco enxergar possibilidades. O mundo não é melhor por pensarmos que somos melhores. Ele é melhor por termos a certeza de que além do que definimos como humano existe a possibilidade de descobrirmos serem os Humanos melhores.

Em uma reunião recente para avaliarmos as condições para um contato, pelo tempo já estar esgotado, enviei uma mensagem de texto na esperança que fosse entendida como uma reflexão para os passos seguintes que daríamos, e não como uma justificativa ou imposição ao tema que gerou uma controvérsia – o passado.

Desconsiderar o passado classificando-o como cansativo, ou um tempo passado, não faz jus a uma caminhada como esta que fazemos. Tivemos experiências positivas e negativas, com elas aprendemos quando não repisar os erros e quando aperfeiçoar o que nos parecia lógico. Falar sobre o que é positivo e de resultado somente acrescenta ferramentas que podem ser reutilizadas. Isso não é saudosismo. Caminhamos, amadurecemos e acrescentamos muito conhecimento nesta jornada atual, mas se estamos neste ponto é porque não perdemos de vista outros passos. Terminar uma fase deixa suas lições, para mim são referências importantes e de valor. A metamorfose não acontece porque mudamos, mas porque reconhecemos e aceitamos a mudança com todos os tempos que vem com ela.”

Sempre observei o “contato” como uma experiência com inúmeras variáveis, nossa e deles. Considero o contato via de mão dupla. Nosso caso – humanos – passa sem dúvida pelo aspecto emocional, mental e psicológico. Uma jornada com idas e voltas, bifurcações, subidas e descidas, sempre em movimento. A motivação que nos levou a lugares muitas vezes desconhecidos deu a cada um de nós um parâmetro dos nossos limites, bem como de nossa ousadia. Não faço distinção entre nomenclaturas criadas para esta ou aquela definição dentro do que pensamos saber, as variáveis estão sempre presentes e nos fazendo reformular paradigmas. Comentei que o melhor de todo este desafio é o autocontrole que poderia abranger o grupo, o indivíduo, ou a troca entre eles e nós. Temos muito que caminhar, porém hoje estamos mais maduros, em melhor condição de avaliar esta experiência e continuando nessa troca de intenções.

Amanhã é sempre um novo dia!






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