Comunidade Urbana
Deixe o amor ser sua métrica no discernimento
A tendência atual de sair do meio
urbano e viver em locais isolados e longe da turbulência do cotidiano
cosmopolita nos leva a repensar o conceito de comunidade. Somos seres eletromagnéticos atraindo e repelindo diariamente energias através de situações e sentimentos. Portanto,
não será o distanciamento que nos levará a uma melhor qualidade de vida. A vida
no campo tem seus pontos positivos e negativos. Positivos são todos aqueles que
nos resgata a alma, e nos tornam seres mais próximos da natureza; o negativo é
não estarmos preparados para este acolhimento da realidade do mundo natural. O
homem ao reunir-se em grupos buscou não somente o fator sobrevivência e
segurança, como o fator emocional devido ao isolamento que este paraíso
proporciona. Viver junto à natureza é aceita-la com todos os seus menores e
maiores riscos, é não interferir, não querer mudar seu curso ou sua cooperação
mutua entre os reinos. O homem não sabe viver desta forma, ele precisa adaptar
o espaço ao seu modo de vida, portanto, não estamos saindo da metrópole para
viver no isolamento do campo. Estamos levando a metrópole e seus urbanautas
para viver no campo.
Para vivermos bem neste estilo de
vida precisamos aceitar todas as causalidades que enfrentaremos, assim sendo o equilíbrio
fica estabelecido, pois dizemos ao meio ambiente que viemos ocupa-lo à nossa
maneira e não interagirmos com ela sem causar nenhuma alteração. Levamos também
todos os aspectos emocionais que neste ambiente fica amplificado, agora somos um
livro aberto sem os recursos do meio cosmopolita para fugir de nossos medos,
fraquezas ou desequilíbrios. A mente cria e se adapta a conceitos limitantes. Somos seres complexos. Além desse
aspecto, chegamos a um nível de desenvolvimento tecnológico sem volta, e nada
mais útil aos dois meios que começam a interagir do que levar o conhecimento e
o maior número de benefícios que arregimentamos nestas últimas décadas para um
viver de forma mais harmônico com o Todo. Afinal, o propósito é interagir,
conviver, sem abrir mão do que já temos conhecimento.
A luz está tanto no campo quanto
na cidade, pois somos seres de luz buscando a harmonia e o bem-viver. Prédios
residenciais, comerciais são comunidades; industrias, conglomerados de lojas,
bairros, todos formamos uma grande comunidade. Se cada núcleo tomar consciência
do que pode gerar a partir desta visão os entornos começarão a refletir os benefícios
de tudo que for gerado por pessoas que valorizam uns aos outros, valorizam o ser
humano que está ao seu lado. Observar o pedaço de terra mesmo que pequeno no
qual pode plantar uma flor, uma árvore, ou uma horta. Aquele canto esquecido
que virou lixeira pode ser um espaço para uma imagem, uma foto, algo que
reflita tranquilidade e paz, ou mesmo que traga uma imagem inspiradora.
Humanizar espaços, trazer alegria, criar fontes de harmonização e equilíbrio
trarão um ambiente mais criativo, e nas horas de maior atrito eles trarão o equilíbrio
necessário para a solução inteligente e pacífica ao problema.
Somos um aglomerado de matéria
orgânica cheia de energia, e estamos dispersando mal por onde passamos. Não
adianta fugir, as pequenas cidades, os vilarejos, as grandes metrópoles sempre
estarão surgindo, expandindo. Periferias surgirão acabando com as reservas de
mata que equilibram não somente o meio ambiente, mas nossa carga energética e
emocional. Educar para que esta expansão beneficie a todos tem se tornado uma
emergência diante do descaso dos órgãos públicos. Pouca ação e muita
conveniência política tem levado a degradação de rios, nascentes fauna e flora.
É um trabalho que precisa de um olhar imediato para não nos tornamos solo árido,
e deixar de dar respostas às intemperes que nos acometem sempre que um fenômeno
climático acontece. Temos as respostas o que falta é nos responsabilizarmos por
elas.
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