O que a natureza nos ensina sobre nós mesmos




Para cada ser humano respirar são necessárias sete árvores. Sete! Considerado pelos Alquimistas o número da perfeição, o número sete aparece no mito da criação do mundo, nas cores do arco-íris, nos dias da semana, nos ciclos da Lua, nas notas musicais, nos ritos de várias culturas e religiões, e por aí vai. Nos acostumamos a avançar e deixar para traz, em nome do avanço da ciência e das novas tecnologias, muitos dos considerados mitos antigos. No entanto, cientistas e grandes descobridores, como Nicolas Tesla entre outros, nunca deixaram este conhecimento engavetado. Sabiam que havia mais naquela informação transmitida como superstições, ou apenas mitos, do que queriam que soubéssemos.
Nos afastamos de elementos básicos da observação e da natureza. Nos deixamos encantar e sermos hipnotizados pelos inúmeros ruídos e excessos visuais, sonoros, gustativos e olfativos que a modernidade nos trouxe. Não olhamos mais para o céu, não observamos a serenidade da vida que passa sobre nossos pés, não conhecemos mais os reinos da natureza. Perdemos a paciência, nos tornamos intolerantes, beligerantes, e estamos em ritmo acelerado, buscando por soluções rápidas, alimentando sentimentos explosivos por causas que poderiam ser solucionadas sem atritos. Estamos ligados 24h pelas novas tecnologias, uma façanha humana que não tem mais volta, mas que deveriam servir para nos levar a outro nível de conhecimento e não criar dependência, nos isolar, e nos manter cativos.
Onde está o Sol? Deitar na grama, ou sentar em um banco de praça, sentir o calor alimentar nosso corpo, descansar nossa mente. Onde estão as crianças sendo crianças? Brincando como crianças? Não sendo empurradas para o mundo adulto sem chance de crescer no próprio ritmo? São novas mentes pensantes, que a cada geração dão um salto quantitativo e qualitativo enorme em relação à anterior. O que fazemos com ela? As doutrinamos em cartilhas empobrecidas, sem noção de onde vieram, como são suas raízes, seus valores. Substituímos os responsáveis por esta etapa de crescimento pelas novas tecnologias, em uma fase onde a descoberta é a grande jornada. A natureza nos ensina sobre este processo de evolução. Ela não tem pressa, cada reino evolui, se adapta e cresce de acordo com as condições ambientais em que reside. Passa por fases difíceis e encontra soluções para suas crises. Não abrem mão do ar, do sol, da água e do vento, da chuva, do frio. Observam as energias que correm pelo planeta e suportam a invasão humana – o único que causa seu desequilíbrio.



É neste aspecto que não entendemos os descontroles humanos, as doenças mentais e emocionais que assolam de forma agressiva todos sem distinção de raça, ou idade. Esquecemos que somos parte desta nave mãe chamada Terra, que anda pelo espaço serenamente e abriga uma diversidade de vida rara neste lado da galáxia. Não respeitamos o ar, as nascentes, os rios, os oceanos, as florestas, os pântanos, deixando de entender que estamos todos interligados. Adoecer a natureza é nos adoecer, é tirar dos mais novos a oportunidade de interagir e crescer dentro de um sistema equilibrado e harmônico. Não podemos dizer que não entendemos tanta solidão e desalento de crianças e adolescentes. Eles estão sufocados por sistemas ditos humanizados, mas estão longe do verdadeiro conceito.

Estamos buscando novos orbes, buscando expandir a humanidade terrestre para outros mundos sem cuidar de nossa própria casa. Isto está refletindo nas novas gerações que estão confusas, aceleradas e desprovidas de contato e sentimento humano. O quadro geral pode e deve ser alterado permitindo o resgate junto á natureza, à liberdade de viver e conviver com tudo e todos, experimentar e crescer com os desafios da vida, do meio ambiente, deixar de estabelecer metas e agendas que suprimem um tempo importante para conhecer a si mesmo; observando reações emocionais e expressando Amor Incondicional nas situações. Somos como as árvores que precisam de solo seguro para fincar raízes, crescer saudáveis e dar frutos. Somos indivíduos, mentes abertas para absorver a Vida que chega. Suprimir esta fase alienando e retirando um espaço precioso para este crescimento somente resultará em seres humanos tristes, depressivos, sem valorizar a própria vida e de outros -  sejam humanos ou não - solitários e vazios. Por que iriamos querer isto para qualquer um de nós? Não podemos nos perder, tão pouco perder nossa humanidade se queremos uma civilização sadia e que busca transformar este planeta em um mundo melhor. Esta geração e as próximas merecem este cuidado.

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